Então você se depara com a hora sagrada da morte.
Inevitável.
Irreparável.
Você se lembra do primeiro ao último bater do coração. De quando luzes se acenderam pela primeira vez e tudo se tornou colorido e inexplicável, até o momento desse breu de agora, paradoxalmente sem sentido!
Se você esperava pelos santos e anjos a te receberem, eles não vieram. Não vieram também os servos de Hades a te consumir. Nem há céu algum com nuvens de algodão, harpas tocadas por querubins. Tampouco trevas abaixo do chão.
Há uma consciência que pulsa, uma lembrança de experiências, sentidos e sensações. Há um corpo lutando com todas as forças para manter-se funcional, vivo, enquanto uma alma resignada aguarda um perdão que não existe.
Aceitar todos os erros com doçura, abraçar todas as dores, varrer todas as verdades do mundo, aguardar o próximo segundo como o segredo mais guardado da vida: acreditar!
Dessa forma, nada mais importa.
Então cai uma lágrima.
Um sorriso.
Um suspiro.
Uma estrela.
Uma gratidão,
Amém.
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