sexta-feira, 22 de junho de 2018

Agora




 Perdia-se em momentos de outrora.

A penúria assistida lhe causara um ligeiro desconforto emocional.
A ignorância vestida de ternura beija a face dos miseráveis, afaga-lhes a tormenta, transforma a dor em um não viver.
E só...
Pois que o sofrimento existe quando é conhecida sua dualidade.
Ora bolas!
Se apenas ele existe, é justamente nesse momento que ele deixará de existir.
E ele (não mais um cético da existência de verdadeiros zumbis), recompôs-se.
Aceitou o vinho, jogou papo pro ar, apaixonou-se pela vida mais uma vez.
E, mais uma vez, brindou a vida e suas dádivas...

Observou os calafates trabalhando noite alta enquanto percorria a orla no caminho de volta.
Fez dessa observação uma equiparação.
Tomou um banho, um copo d´água, teceu uma prece, fez-se uma promessa.
Nada de cumpri-la amanhã ou depois de amanhã...
Nada de protelar o bem viver.
Porque a vida não é feita de depois.
Ela nunca é vivida no minuto seguinte.
Nunca mais será vivida no minuto que passou.
Existe apenas um momento para se viver.
Agora...

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