É um sonho, eu sei!
Como eu posso estar aqui sentado na beira da Lua, hora dessas, observando a Terra nascer? Um infinito de silêncio me separa do planeta azulzinho que vem surgindo ao longe, uma bolinha azul, tão pequena!
“Desolação magnífica!” – tenho lido Buzz Aldrin, tenho estudado astronomia, ufologia e afins em demasia. Por isso o sonho. É um sonho, eu sei!
A Terra vai se despontando, pequenina. E linda! E linda! E linda! Mas tão pequena...
E eu aqui, sentado na beira da Lua, observando essa beleza. É um sonho, eu sei!
Respiro fundo. Sinto as estrelas, volto o olhar pra bolinha azul: bilhões de pessoas, de sentimentos, de amores e problemas: um raio de sol me toca – que livre-arbítrio é esse que falam por lá?
Faça o que quiser, dentro de suas limitações!
Daqui eu sinto! E como sinto! Esse livre-arbítrio é como se eu pegasse um passarinho, colocasse na gaiola e dissesse: “Faça o que quiser!”
Que sacanagem meu acordar!
Sonho tão lindo o meu! Tão livre, tão leve, tão absurdo!
De tanto em tanto, enrolo o sonho na gravata e faço dele meu norte, minha quase certeza de tudo. De tanto em tanto, fujo da gaiola e, cheio de sentir, tento acreditar. De tanto em tanto, um dia o alvará vai chegar e, imbuído do que restar (se restar), vou pegar uma carona numa cauda dum cometa...
É um sonho, eu sei!
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